São Tomé e Príncipe
um país de fé, rico mas sem castelos
(Que a minha memória nunca apague as lembranças daquilo que vi e vivi neste país.)
Não há palavras ou imagens que descrevam o que senti ao conhecer São Tomé e Príncipe. Não sou muito viajada, mas já viajei um pouco. Sendo o 11° país, digamos que já conseguia ter plantel para disputar um jogo de futebol e, assim sendo, considero este o jogador mais completo e mais valioso da minha equipa.
Há lugares que nos marcam para sempre e STP será um desses destinos. Vivi um pouco de tudo, um pouco de todas as experiências. Vi a chegada de auxílio médico a uma praia por causa de um afogamento, vi a polícia a ir socorrer uma rixa entre duas mulheres numa povoação e observei o “espetáculo” (era troca de palavras acesa mas não houve violência, por causa de ciúmes de um homem), vi a vida nas roças, vi a vida na cidade: crianças a ir a pé sozinhas para a escola/casa de manhã à noite vestidas com uniforme, pessoas a saírem para os seus trabalhos de manhãzinha, vi uma celebração de um batizado numa missa campal na Roça Água Ize, vi a festa das Primeira Comunhão no largo da igreja de Santo António no Príncipe, estive a almoçar num resort ao nível da Polinésia Francesa, etc.
Ir a São Tomé e Príncipe não é uma viagem, é uma prova de vida. É experienciar algo que nunca antes vivi. “Leve-leve” é palavra de ordem e significa “deixa andar, relax, tranquilo”.
Depois de ir à ilha de São Tomé e à ilha do Príncipe, nunca mais seremos os mesmos: um bocado de nós fica, um bocado de nós volta. As pessoas, o café e o cacau e as praias paradisíacas do Príncipe, os coqueiros contorcidos por cima do mar no Sul da ilha, o Marco do Equador no ilhéu das Rolas, o frenesim diário na capital do país, os peixes maravilhosos apreciados em frente a paisagens que outrora tentava recriar nas aulas de pintura da escola, uma infinidade de memórias e vivências. Até almoçar junto ao mar, com a companhia de uma família de porcos eu presenciei.
Ir a São Tomé sem ir ao Príncipe é como ir a Roma e não ver o papa mas, enquanto que ir a Roma duas vezes é bastante exequível, ir duas vezes a São Tomé e Príncipe já é mais improvável, por isso recomendo que o façam logo na primeira vez que pensem ir lá.
São Tomé e Príncipe é dos países mais ricos que já conheci, se não o mais. Tudo o que cai naquela terra dá fruto: cacau, café, cocos, caranguejos. É uma terra extremamente fértil e um mar cheio de peixe.
Dicas práticas sobre esta viagem:
- Reservem os voos preferencialmente no inverno, em Janeiro, para os meses de Abril ou Maio pois foi as alturas que os vimos baratos e foi uma oportunidade de não deixar escapar. Foi menos de 500€ Lisboa-São Tomé pela TAP. Para a ilha do Príncipe fomos pela STP Airways e um ficou por 171€/pessoa e outro por 220€/pessoa porque diferem por categoria no mesmo voo.
- Escolham alojamentos bons mas a preços aceitáveis. Também amo a minha casa e não gosto de prescindir de confortos como AC e wc privativa, mas não é necessário ir para um hotel de luxo em que cada noite custa mais de 500€
- Léve-Léve é o lema deles e são bastante calmos a fazer tudo, não se choquem por vos recusarem fazer jantar às 20:30h por estarem já a fechar, nem se assustem por um almoço demorar 2h. Vão com tempo e paz.
- Come-se divinalmente bem neste país, peixe, e irão comer muitas vezes em casas de particulares, é uma experiência e tanto!
- Para conhecerem todo o país e + o tempo da viagem foram necessários 14 dias completos, mas se pudesse teria ampliado um dia no sul de São Tomé.
- As estradas são fracas, portanto é recomendável alugarem um jipe 4x4 (e sim, só conseguem conhecer o país de transporte particular e podem sempre pagar a um guia particular).
- Demoram 3h para ir de São Tomé até ao sul da ilha, cerca de 70km. Com esse tempo em Portugal percorremos aproximadamente 350km.
- Os santomenses (não os principianos) acham que os brancos são sinónimo de dinheiro e doces, muito por culpa de turistas que lá vão e se julgam ricos, mas não devem incentivar a este tipo de comportamento. Podem levar coisas úteis, sim, roupas usadas, medicamentos, produtos de higiene que lá não há muito, mas não devem dar doces nem dinheiro. Lá não há cuidados de saúde básicos, muito menos dentistas. E dar dinheiro fomenta o absentismo e facilitismo, nós já damos muito dinheiro quando investimos o nosso dinheiro ao escolhermos STP como destino de férias e ajudamos a que muita gente tenha trabalho.
- O país é muito seguro.
- A dica mais importante e útil é: Não está tudo sob o vosso controlo e agradeçam por isso. Não há planos à risca e nem vale a pena tê-los, vão na paz e disfrutem muito.
Onde ficar:
Roteiro (13 dias):
- Dia 1- Chegada a São Tomé, jantar Papa-Figo
- Dia 2- Roça Diogo Vaz, Neves, restaurante Santola, Túnel de Santa Catarina, Lagoa Azul, Praia dos Tamarindos
- Dia 3- Roça Saudade (Casa-Museu Almada Negreiros), Roça Monte Café, Cascata São Nicolau, Roça Água Izé, Restaurante Complexo Mira d’ouro, Boca do Inferno, Praia Sete Ondas, restaurante Onda Azul
- Dia 4- Roça Agostinho Neto, Praia de Micondó, Almoço Mionga, São João dos Angolares, Roça São João dos Angolares
- Dia 5- Pico Cão Grande, Porto Alegre, Praia Piscina, Praia Jalé, Praia Inhame
- Dia 6- Ilhéu das Rolas, Marco do Equador, regresso à São Tomé, jantar Onda Azul
- Dia 7- Mercado Bobo Forro, Mercado Coco coco, praia sete ondas, almoço Santola, Santa Catarina, jantar Papa Figos
- Dia 8- Partida para Princípe: Roça Porto Real, Santo António, miradouro Praia Macaco, miradouro Praia Banana (hotel Belo Monte), Resort Ilhéu Bombom, almoço Rosa Pão, terra prometida, Roça Sundy (comprovação da teoria da relatividade de Einstein, visita ao cacau)
- Dia 9- Passeio de barco Baía das Agulhas; praia Margarida, almoço praia Burra, jantar Armazém
- Dia 10- Roça Sundy, trilho do cacau, praia Sundy, almoço HBD Sundy Beach, centro de Santo Antonio, fim do dia numa praia não turística
- Dia 11- Ida à praia de barco: praia Macaco e praia Boi, visita a resort abandonado na praia macaco. Anoitecer na praia Boi
- Dia 12- visita a igreja de Santo António, Miradouro Oque Daniel, Miradouro Boné de Jóquei Antiga igreja Ribeira Izé, praia banana
- Dia 13- praia Sundy , almoço HBD Sundy Beach, viagem de regresso à tarde
- Dia 14- chegada a Lisboa de manhã
Valor da Viagem:
Espero conhecer mais África e mais natureza, verdura, safaris, deserto, praias deste lindo continente. Vão acompanhando tudo pelo instagram @inespintoosorio
Fomos este ano a estas duas ilhas . Por ironia do destino ficamos no mesmo hotel kenito onde tive o prazer de conhecer o dino . Um hotel muito bom bem localizado com tudo o que referiu . No sul da ilha ficamos num resort de um português o espaço estava degradado não tinha toalhas de banho nem rosto um autêntico descuido. O funcionário simpático agora o dono nem teve o cuidado de responder as mensagens e chamadas nem as críticas que foram e são colocadas na página .no príncipe simplesmente adoramos . Tudo divinal. Ficamos num resort Valdívia homes. 5 estrelas de uma portuguesa de Lisboa sempre muito prestável sempre a responder as questões que se poderia colocar sempre presente através do WhatsApp e da pessoa responsável na ilha o Joaquim.. está ilha deixa saudades m conhecemos pessoas fantásticas . memórias que o tempo não apaga . Um dia voltarei aqui de novo . José Franchini
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